segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Clonagem "Reprodutiva" X Clonagem "Terapêutica"

A Clonagem Reprodutiva é pretendida para produzir uma duplicata de um indivíduo existente. 

É utilizada a técnica chamada de Transferência Nuclear (TN): 

Baseia-se na remoção do núcleo de um óvulo e substituição por um outro núcleo de outra célula somática. 

Após a fusão, vai havendo a diferenciação das células 

Após cinco dias de fecundação, o embrião agora com 200 a 250 células, forma um cisto chamado blastocisto. 

É nesta fase que ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina. 

O blastocisto apresenta as células divididas em dois grupos: camada externa (trofoectoderma), que vai formar a placenta e o saco amniótico; e camada interna que dará origem aos tecidos do feto. 

Após o período de gestação surge um indivíduo com patrimônio genético idêntico ao do doador da célula somática.



Ilustração de Sirio J. B. Cançado para o suplemento especial clonagem da
pesquisa fapesp nº 73, de março de 2002


A Clonagem "Terapêutica" é um procedimento cujos estágios iniciais são idênticos a clonagem para fins reprodutivo, difere somente no fato do blastocisto não ser introduzido em um útero. 

Ele é utizado em laboratório para a produção de células-tronco (totipotentes) a fim de produzir tecidos ou órgão para transplante. 

Esta técnica tem como objetivo produzir uma cópia saudável do tecido ou do órgão de uma pessoa doente para transplante.

As células-tronco são classificadas em dois tipos: células-tronco embrionárias e células-tronco adultas. 

As células-tronco embrionárias são particularmente importantes porque são multifuncionais, isto é, podem ser diferenciadas em diferentes tipos de células. 

Podem ser utilizadas no intuito de restautar a função de um órgão ou tecido, transplantando novas células para substituir as células perdidas pela doença, ou substituir células que não funcionam adequadamente devido a um defeito genético (ex.: doenças neurológicas, diabetes, problemas cardíacos, derrames, lesões da coluna cervical e doenças sangüíneas). 

As células-tronco adultas não possuem essa capacidade de se transformar em qualquer tecido. 

As células musculares vão originar células musculares, as células de fígado vão originar células de fígado, e assim por diante. 

Esta técnica esbarra numa delicada questão: após a coleta das células, o embrião seria descartado. 

Seria lícito matar uma vida para salvar outra? 

Mas, afinal, quando começa mesmo a vida?




Ilustração de Sirio J. B. Cançado para o suplemento especial clonagem da
pesquisa fapesp nº 73, de março de 2002
Leonardo Leite
revisado por Giselda MK Cabello