domingo, 23 de março de 2008

Nova terapia traz esperança para pacientes de Parkinson

23/03/2008 - 20h38

Cientistas americanos conseguiram usar células clonadas para tratar Mal de Parkinson em camundongos, segundo uma pesquisa do Memorial Sloan-Kettering Cancer Centre publicada na revista Nature Medicine.

O estudo apresentou as melhores evidências até agora de que a controversa técnica pode, um dia, vir a ajudar pacientes de Mal de Parkinson.

A equipe do Memorial Sloan-Kettering Cancer Centre afirma que esta é a primeira vez que o tratamento de animais com suas próprias células clonadas é bem sucedido.

Especialistas britânicos afirmam que a pesquisa é promissora e animadora. Sem rejeição No Mal de Parkinson, células nervosas da parte do cérebro que controla o movimento de músculos morrem ou ficam debilitadas.

Normalmente essas células produzem uma substância química vital conhecida como dopamina, que permite a função coordenada dos músculos e movimentos do corpo.

Na clonagem terapêutica, o núcleo de uma célula é inserida dentro de um óvulo que teve seu núcleo removido.

Esta célula então se desenvolve em um embrião, do qual podem ser colhidas células-tronco para serem usadas em tratamentos.

Neste estudo, as células-tronco se desenvolveram em neurônios produtores de dopamina para substituir as células perdidas com a doença.

Os camundongos que receberam os neurônios colhidos de seus clones apresentaram significativos sinais de melhoras, mas quando as células foram transplantadas em camundongos que não eram geneticamente compatíveis, elas não sobreviveram e os cobaias não se recuperaram.

Segundos pesquisadores, a terapia é promissora porque, como as células originalmente vieram dos próprios animais doentes, elas não foram rejeitadas pelo seu sistema imunológico.

Esperança Os cientistas buscam uma terapia com células-tronco para o Mal de Parkinson porque ela permitiria a substituição das células nervosas produtoras de dopamina, mortas pela doença, por células novas e saudáveis.

Isso poderia restabelecer o suprimento de dopamina no cérebro, permitindo que ele voltasse a funcionar normalmente.

Mas até agora o desafio tem sido produzir células nervosas que sobrevivam depois do transplante.

Para o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Parkinson's Disease Society, na Grã-Bretanha, Kieran Breen, "este é um desenvolvimento animador já que, pela primeira vez, nós podemos ver que pode ser possível criar células-tronco embriônicas do próprio paciente para tratar sua doença".

"Os pesquisadores nesta área agora precisam realizar mais estudos para satisfazer as preocupações com segurança e tornar o processo mais eficiente, antes que esses estudos sejam aplicados nos pacientes com Mal de Parkinson." O especialista em pesquisas com células-tronco no National Institute of Medical Research de Londres Robin Lovell-Badge concorda que o estudo é significativo, mas ressalta que os camundongos foram estudados por apenas 11 semanas depois do procedimento, o que não seria tempo suficiente para saber se o tratamento funciona a longo prazo.

Em outro estudo, uma equipe da University College London descobriu mutações em um gene que podem causar o Mal de Parkinson em pessoas com histórico familiar da doença.

A descoberta pode dar aos cientistas uma pista sobre o que causa a doença, e poderia contribuir na busca de novos tratamentos.

UOL

Cientistas tratam ratos com mal de Parkinson com clonagem celular

23/03/2008 - 16h06

da Efe, em Londres

Cientistas norte-americanos conseguiram obter uma melhora neurológica em ratos de laboratório com mal de Parkinson. A melhora aconteceu após os animais receberem um transplante de células obtidas por clonagem terapêutica, segundo a revista britânica "Nature".

Na clonagem terapêutica, também conhecida como transferência nuclear de células somáticas, o núcleo de uma célula somática de um doador é inserido em um óvulo que teve o núcleo extraído.

A célula resultante se transforma em um embrião, a partir do qual é possível obter células-tronco diferenciadas e, portanto, especializadas, para realizar funções precisas no organismo.

Como a informação genética das células resultantes é a do próprio doador, não há rejeição. As células não são atacadas pelo sistema imunológico depois do transplante.

Os cientistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York, conseguiram pela primeira vez uma transferência nuclear satisfatória para tratar a doença utilizando as próprias células do paciente.

Os pesquisadores obtiveram células-tronco através da clonagem terapêutica, na qual conseguiram neurônios dopaminérgicos --danificados no mal de Parkinson-- que foram transplantados aos ratos doentes.

Segundo a equipe de pesquisadores, o método pode ser uma via eficaz para reduzir a rejeição aos transplantes e aumentar a recuperação em outras doenças.

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